Uma mulher morreu após passar por duas unidades de saúde na zona oeste do Rio e receber alta. Rosilene da Silva, de 51 anos, foi à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande sentindo dores. Na unidade, ela foi diagnosticada com chikungunya e liberada. Depois, ela procurou o Hospital Pedro II, em Santa Cruz, onde também foi atendida, mas recebeu alta mesmo sem apresentar melhoras. A mulher morreu em casa, no dia seguinte. A família diz acreditar que ela foi vítima de erro médico.
Rosilene começou a sentir dores no último dia 19, quando esteve na UPA e foi diagnosticada com chikungunya. Ela voltou para casa após esperar mais de três horas para ser atendida e medicada. Segundo Jéssica Cristina da Silva, filha da doméstica, Rosilene sentia muitas dores e sofria muito.
— Só que viu minha mãe sabe que ela sofreu muito antes de morrer. Ela sentiu muita dor.
No dia seguinte, a família levou Rosilene para o Hospital Municipal Pedro II, onde ela foi medicada e novamente liberada. Porém, a mulher passou mal na saída da unidade e pediu para ser atendida novamente, mas o socorro foi negado.
Rosilene chegou em casa com mais dores, além de quadro de falta de ar, febre e tosse. A família chamou uma ambulância para socorrê-la, mas a unidade móvel demorou mais de 40 minutos. A mulher morreu em casa, enquanto a filha mais nova trocava sua roupa e esperava a chegada da ambulância.
Segundo a família, a remoção do corpo de Rosilene demorou mais de 12 horas. No atestado de óbito, a causa da morte foi apontada como pneumonia, diferente do diagnóstico dado nas unidades de saúde. Para a família, Rosilene foi vítima de erro médico e deve procurar a Justiça.
De acordo com a direção do Hospital Pedro II, foi aberta uma sindicância para investigar a morte da paciente e que a vítima foi submetida a exames de sangue e de imagem, e que não houve a confirmação de diagnóstico de chikungunya. Já a Secretaria Estadual de Saúde, informou que vai abrir sindicância para investigar a demora no atendimento do Samu.