Rio - Uma megaoperação da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar (CI/PMERJ) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP-RJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), também do MP-RJ, busca desarticular uma quadrilha que atua dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, distribuindo drogas para comunidades de Teresópolis, na Região Serrana. Quinze pessoas já foram presas — 13 por mandados de prisão e duas em flagrante, quatro menores apreendidos e 24 mandados de busca e apreensão cumpridos.
Objetivo é cumprir 28 mandados de prisão, cinco mandados de apreensão contra menores e 58 mandados de busca e apreensão. Um mandado de prisão também foi cumprido contra um preso. A operação, chamada de "Conexão Penha", conta com 235 homens, 60 viaturas, entre policiais militares, do Bope, Choque, BAC, agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP-Teresópolis). Duas aeronaves do Grupamento Aeromarítimo (GAM) dão apoio à operação, que ocorre em Teresópolis, favelas da capital do Rio e São Gonçalo. Os mandados foram expedidos pelo juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, titular da Vara Criminal de Teresópolis.
Distribuição de drogas e armas de dentro da cadeia
Segundo a denúncia do Gaeco à Justiça, os acusados atuam dentro do complexo de presídios de Bangu, coordenando e distribuindo cocaína, maconha, droga sintéticas e armas para as comunidades do Perpétuo, Rosário e Pimentel, em Teresópolis. No esquema, existem traficantes da Região Serrana, capital e São Gonçalo.
De acordo com as investigações, o esquema é comandado por Robson Francisco da Costa, vulgo Cavalo, que coordena o tráfico de dentro da penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho, em Bangu. Cavalo estabeleceu uma aliança com o também denunciado Julio Cesar de Azevedo Nunes, vulgo PP ou PT, um dos principais fornecedores de drogas e armas da mesma facção criminosa que Cavalo. A parceria buscava garantir o controle direto da remessa e distribuição de drogas das cidades do Rio, São Gonçalo e para as comunidades de Teresópolis.
Entre os homens de confiança de Cavalo estão Wesley da Silva Neves, vulgo 2L, Lelei ou Feio, e Cláudio Silva de Oliveira, vulgo Gordinho, que são de Teresópolis e que atuavam como gerentes gerais, mesmo estando presos na penitenciária Visconde Piragibe, em Bangu. Da cadeia, ele comandavam os gerentes locais, que cuidavam das bocas de fumo no município da Região Serrana e ainda recrutavam mulas para o transporte do material da capital e de São Gonçalo para Teresópolis.
Ainda foi identificado durante as investigações um traficante identificado apenas como “JF” ou “Junior”, que era encarregado do envio de drogas das comunidades do Jacaré e Vila Kennedy. Já Julio Cesar, aliado de Cavalo, era responsável pelas remessas de comunidades da Maré, da Cidade Alta e do Complexo do Salgueiro, este último em São Gonçalo.
A investigação também identificou intermediários na quadrilha que planejavam a expansão do tráfico de drogas para o município de Magé, na Baixada Fluminense. Os presos estão sendo encaminhados para a 110ª DP (Teresópolis).